terça-feira, 29 de setembro de 2015

Santa Sofia ou Sonia, Mártir - 30 de setembro

    
Santa tradicional, não incluída no Martirológio Romano atual. Martirológio Romano (1956): Em Roma, Santa Sofia, Viúva, mãe das santas virgens e mártires Pistis (Fé), Elpis (Esperança) e Agape (Caridade). (c. século II)
     Santa Sofia, cujo nome significa “Sabedoria Divina” teve por filhas as três virgens: Fé, Esperança e Caridade, nomes escolhidos por ela no batismo, pelo amor que dedicava a essas virtudes cristãs.
     Santa Sofia buscou sempre a perfeição evangélica, sendo agraciada por Deus com o dom de contemplar as grandezas celestiais, educando suas filhas num reto amor pelas virtudes, numa época de intensas perseguições ao Cristianismo - por volta do século 130 d.C.
     Sofia e suas filhas viveram na época da perseguição do imperador romano Adriano e seu prefeito Antíoco. Sendo discípulas incondicionais de N. S. Jesus Cristo, foram presas e martirizadas, porque pregavam por toda cidade de Roma e arredores a mensagem do Crucificado.
     As filhas foram martirizadas na presença da mãe. Santa Sofia, cuja fé e fortaleza eram inabaláveis, animava suas filhas a perseverarem na virtude mesmo durante os bárbaros tormentos que lhe foram infligidos pelo imperador que fazendo sofrer as filhas pretendia fazer a mãe renegar sua fé cristã.
     Santa Fé foi a primeira a ser martirizada, sendo despida, atada de mãos e pés, cruelmente chicoteada tendo seus cotovelos e tornozelos esmagados à marteladas, em meio aos risos e injúrias do imperador; sua irmã, Santa Esperança, também despida, foi lançada lentamente numa caldeira de betume derretido; por fim, Santa Caridade, de apenas nove anos de idade, foi decapitada, seu corpo retalhado e lançado ao fogo.
     A santa mãe, ajudada por alguns dos presentes, enterrou os corpos de suas santas filhas, e prostrada diante do túmulo comum, rezava. Algum tempo depois Sofia morreu na paz do Senhor. Seu corpo foi enterrado pelos cristãos na mesma sepultura de suas filhas. Ela também foi mártir porque padeceu em sua alma cada um dos tormentos que suas filhas padeceram.
     Adriano morreu roído de podridão e de remorsos, reconhecendo que se comportara iniquamente com aquelas santas, e fora cruel com os seguidores de Cristo.
     Esta história se encontra recompilada na Legenda Áurea.
     Santa Sofia faleceu no dia 30 de setembro do ano 130, tornando-se uma das santas mais populares na Igreja do Oriente. Seu Santuário na Itália localiza-se na cidade de Poderia, Salerno, e no Brasil na cidade do Rio de Janeiro, no bairro de Cosmos, a igreja foi construída pelo então comendador Serafim Sofia, grande devoto desta santa. 
 
 
Etimologicamente: Sofia, do grego, aquela que possui sabedoria. Sonia = variante russa de Sofia.

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Beata Lúcia de Caltagirone Terciária Franciscana - 26 de setembro

    
     As informações sobre a Beata Lúcia seguem um costume comum dos Franciscanos dos primeiros séculos: as vidas de figuras veneráveis desta Ordem eram pouco documentadas.
     Um autor dos mais autorizados é o célebre irlandês Luca Wadding, frade recoleto (1588-1657) que redigiu os Annales Minorum, onde incluiu uma Vita de Lúcia de Caltagirone.
     Lúcia nasceu em Caltagirone, Sicília, no ano 1360. Seus pais a educaram na piedade e ela soube corresponder maravilhosamente às suas expectativas. Eles eram devotos de São Nicolau de Bari e experimentaram sua proteção várias vezes.
     Um dia em que Lúcia subiu em uma figueira para recolher frutos foi surpreendida por um furioso temporal com granizo e raios. Um raio caiu sobre a árvore onde Lúcia estava, e ela caiu por terra meio morta. Em sua mente viu perfilar-se a figura de um santo ancião, São Nicolau de Bari, que a tomava por uma das mãos e a entregava de novo a sua família.
     Aos 13 anos abandonou seu povoado natal na Sicília para seguir uma piedosa terciária franciscana de Salerno. Pouco tempo depois esta guia espiritual faleceu e Lúcia entrou em um convento salernitano de Irmãs que seguiam a Regra franciscana.
     O convento franciscano que acolheu Lúcia muito provavelmente foi o de São Francisco próximo da igreja de São Nicolau, erigido em 1238 e supresso em 1809, após as leis napoleônicas.
     Ali se distinguiu pela fiel prática de seus deveres e em especial pelo amor à penitência, com a qual se havia comprometido para expiar os pecados da humanidade, e sobretudo para uma participação mais íntima com as dores de Cristo.
      Por algum tempo exerceu o ofício de mestra de noviças. A fama de sua virtude se difundiu. Muitos recorriam a ela para pedir-lhe orações e conselhos. Dedicava muito tempo à oração, à meditação e à contemplação das coisas celestes. Flagelava seu corpo virginal com frequência; a terra lhe servia de leito; um pouco de pão e água eram seu sustento diário. Tinha especial devoção pelas Cinco Chagas de Nosso Senhor.
     Os nobres acudiam a ela, e ela consolava os aflitos, chamava à penitência os pecadores, edificava os piedosos. Deus confirmou sua santidade com prodígios. Havia chegado aos quarenta anos e já estava pronta para o céu. Sua vida austera, os prolongados e dolorosos sofrimentos minaram sua saúde.
     Lúcia, terciária regular, morreu em Salerno no ano 1400. Depois de sua morte realizou diversos prodígios. O culto e a veneração por ela foi se estendendo sempre em Salerno e nas regiões vizinhas, até que em 4 de junho de 1514 o Sumo Pontífice Leão X concedeu o ofício e a Missa em sua honra, compostos tomando como exemplo os de Santa Clara.
     Lúcia precedeu de alguns séculos outras terciárias franciscanas célebres, como Santa Maria Francisca das Cinco Chagas (1715-1791) e a venerável Maria Crucifixa das Cinco Chagas (1782-1826) que como ela foram, em Nápoles, ponto de referência espiritual para gerações de fieis.
 

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Beata Encarnação Gil Valls, Virgem e mártir - 24 de setembro

    
     Encarnação Gil Valls, leiga, nasceu em Onteniente (Valência) em 27 de janeiro de 1888, foi batizada no mesmo dia e confirmada em 24 de maio de 1893. Ela recebeu sua primeira comunhão em 1899 na igreja paroquial de Santa Maria. Cresceu no seio de uma família cristã que lhe proporcionou uma esmerada educação. Ficou órfã em sua juventude e pensou então em entrar em um mosteiro, porém preferiu ficar no mundo para atender seu irmão Gaspar, sacerdote.
     Professora de escola primária em Albuixech e Beniarrés, na província de Valência, e uma mulher de oração, passava para seus alunos a fé em Deus. Em Onteniente, colaborou muito com seu irmão nas obras de apostolado. Ingressou na Ação Católica e em outras associações apostólicas, especialmente aquelas de adoração da Eucaristia; foi também um catequista muito eficaz. Em Valência teve contatos com as teresianas e com as reparadoras, a cuja congregação de Filhas de Maria pertenceu.
     Colaborou na fundação do Patronato da Infância e dirigiu a Escola Noturna Feminina da Ordem Terceira Franciscana, à qual pertencia. Fazia todo bem que podia com dedicação e entrega.
     Quando a revolução chegou, permaneceu ao lado de seu irmão; foram aprisionados e morreram juntos fuzilados na noite de 24 de setembro de 1936, no Porto de Olleria (Valência). Foi beatificada em 11 de março de 2001 pelo Papa João Paulo II.

domingo, 20 de setembro de 2015

Santa Fausta de Narni, Mártir - 20 de setembro

    
     "Em Cizico em Propôndites (Ásia Menor), o natal dos santos mártires Fausta, virgem, e Evilásio, sob o imperador Maximiliano. Fausta foi suspensa e atormentada pelo próprio Evilásio, sacerdote dos ídolos, tendo sido despojada dos cabelos e raspada por humilhação. Em seguida, os carrascos querendo serrá-la ao meio, não conseguiam tocá-la. Evilário, maravilhado com aquilo, se converteu a Cristo. E enquanto ele, por ordem do imperador, era torturado terrivelmente, Fausta, ferida na cabeça, traspassada com pregos por todo o corpo e colocada num tacho ardente, finalmente, junto com o mesmo Evilário, era chamada por uma voz celestial e voou para o Senhor".
     Assim o Martirológio Romano fixa a memória da santa de hoje. Como muitas vezes acontece, estas informações foram obtidas exclusivamente a partir de Atos, ou mais propriamente, de uma Passio, a qual os historiadores modernos atribuem um valor nulo, especialmente para certas excentricidades.
     O documento também foi utilizado pelo famoso historiador Beda, o Venerável, em seu martirológio, no qual lemos as mesmas informações acima. É interessante como ele assumiu duas variantes. O primeiro suplício de Santa Fausta, “despojada de cabelo e raspada com desprezo” foi de fato ampliado por ele sintetizando dois documentos diferentes, um dos quais atestava apenas que a mártir tinha sido "despida de cabelos". Esse suplício foi, obviamente, um dos "números" favoritos dos carrascos, pois é mencionado em outros casos de santas virgens mártires; o mesmo pode ser dito da tentativa (que falhou no caso de Fausta) de serrá-las “ao meio”, "quase como um pedaço de madeira”, como Beda acrescenta.
     A mártir de Cizico consumou o seu sacrifício supremo quando a chamou "uma voz celestial". As relíquias de Fausta foram objeto de uma dupla transladação: em meados do século VI para Narni e, em seguida, no século IX para Lucca.
     Em Narni, sendo São Cássio bispo de 537 a 558, mandou construiu para a esposa amada, chamada precisamente de Fausta, um túmulo, que depois quis enriquecer com as relíquias da santa homônima de Cizico. Assim começou a ser venerada uma Santa Fausta de Narni.
 

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Santa Ariadne de Primnesso, Mártir - 18 de setembro

    
     De acordo com alguns críticos, Ariadne, ou Ariana, é identificada como uma mártir Maria mencionada no Martirológio Romano no dia 1 de novembro, da qual se possui Atas Latinas, a Passio S. Mariae ancillae. Esta identificação parece ser apoiada por uma passagem no Sinassário de Sirmond. Segundo outros, a Passio de Ariana e de Maria são apenas invenções piedosas escritas para a edificação dos cristãos após o período de perseguição. Finalmente, existem aqueles inclinados a admitir a existência histórica de Ariadne, mas negam qualquer valor às Atas, consideradas anacrônicas e irreais.
     No entanto, Franchi de Cavalieri mostrou a confiabilidade desse documento que tem um sabor de autenticidade, como pode se constatar comparando-o com obras literárias do século II-III. Assim, parece que o redator se utilizou das fontes contemporâneas de Ariana, colocando acontecimentos claramente mais tardios. Examinando a história do martírio de Ariadne descoberto em 1899 por João Mercati no cod. Vaticano grego 1853, Franchi de Cavalieri a dividiu em cinco partes, duas certamente autênticas e as outras duvidosas.
     Resumindo criticamente a legenda, ela é apoiada por estes fatos: Adriano e Antonino promulgaram um decreto de perseguição contra os cristãos, que previa a pena de morte para aqueles que recusassem alimentos sacrificados aos deuses, e prometia aos informantes os bens confiscados dos cristãos, e mais 400 denarios. Parte deste edito é certamente falsa, porque é fato conhecido que nem Adriano nem Antonino promulgaram decretos contra os cristãos. No entanto, a menção de uma recompensa de 400 denarios nos remete a um tempo antes da crise cambial do século III: o edito certamente foi publicado, não pelo imperador, mas provavelmente por um magistrado local.
     Ariana era uma jovem escrava de Tertulio, decurião de Primnesso na Frígia, que se recusara a quebrar o jejum no dia do aniversário do filho de Tertulio, foi descoberta como cristã e, depois de ser açoitada, foi presa em casa por um mês. Tertulio foi denunciado por espiões com a acusação de que supostamente escondia uma cristã em sua casa. Tertulio, levado a julgamento, foi habilmente defendido por Nicagora e saiu ileso do processo argumentando que Ariana fazia parte do dote de sua esposa e que ele não sabia nada de sua fé.
     Depois segue o interrogatório de Ariana, que proclamando-se cristã, de família cristã, se recusou a sacrificar aos deuses. Condenada à tortura no cavalete, ela foi salva pela intervenção das pessoas comovidas por sua juventude, intervenção que por sua ilegalidade despertou a ira do juiz, forçado no entanto a dar a Ariana três dias para que ela pudesse mudar suas intenções e sacrificasse, salvando sua vida.
     Estas duas partes, a defesa de Tertulio e o interrogatório de Ariana, são, sem dúvida, autênticas por sua extraordinária vivacidade e precisão e pela lembrança de um procedimento (o processo coram populo) anterior à perseguição de Diocleciano.
     Ao fim dos três dias, Ariadne fugiu para uma área montanhosa, mas, vendo-se perseguida, elevou a Deus uma oração pedindo para ser escondida na rocha, e Deus o ouviu. O juiz deu ordens ao chefe dos guardiões do templo para abrir a rocha e tirar dela Ariana para mostrar ao povo o poder dos deuses. Mas uma tempestade, durante a qual apareceram dois anjos, dispersou a multidão assustada.
     Assim termina a legenda de Ariadne.
     Esta última parte é a mais suspeita: de fato, não se vê como Ariadne obteve a coroa do martírio sem ter sofrido o martírio. Pode-se concluir que o autor foi influenciado por outras legendas, tais como, as de Santa Tecla e de Santa Bárbara, mas estas têm a justo título a menção de santas mártires, porque elas tentaram escapar daqueles que ameaçavam sua virgindade, enquanto Ariana, de acordo com o texto, nunca correu esse perigo.
     Quanto à comemoração de Ariadne, o Martirológio Romano a celebra em 17 de setembro, enquanto o Sinassario de Constantinopla a menciona em 18 de setembro e em 27 de setembro (juntamente com Santa Ripsimia).
Martirológio Romano: Em Primnesso na Frigia, atual Turquia, Santa Ariana, mártir.
Etimologia: Ariana, ou Ariadne, do grego Ari hágne = a muito respeitável, a muito santa, castíssima.

quarta-feira, 16 de setembro de 2015

Beata Teresa Cejudo Redondo, Cooperadora salesiana, mártir - 16 de setembro

    
     Teresa nasceu em Pozoblanco (Córdoba). Estudou no Colégio das religiosas Concepcionistas. Casou-se com o arquiteto João Caballero Cabrera em  1925 e teve uma filha. Foi exemplo de esposa e de mãe. Como leiga católica, foi presidente das Mulheres da Ação Católica, das Conferências de São Vicente de Paula e das Marias dos Sacrários. Além dessas funções, era uma ativa cooperadora salesiana.
     Em julho de 1936, quando as perseguições religiosas começaram, se ofereceu ao Senhor como vítima para o triunfo de sua causa. Seis dias depois do assassinato do pároco, o Beato D. Antônio Rodríguez Blanco, em 22 de agosto de 1936, foi detida por sua condição de católica ativa. Depois de despedir-se de sua família, foi conduzida a prisão. Ali se manteve serena e tranquila, animando todos os que estavam na prisão e dando um exemplo de sublime caridade. 
     Teresa foi julgada em 16 de setembro, acusada de propaganda política contra as ideias marxistas, ao que ela respondeu: “Não foi por defender o capital, mas a lei de Jesus Cristo”. Foi condenada à morte junto com outros dezessete católicos. Depois de despedir-se de suas duas irmãs e de abraçar a sua filha, que tinha então apenas 10 anos de idade, foi executada em 20 de setembro. Quis ser a última a morrer para poder animar seus companheiros de martírio com a esperança da vida eterna. Teresa não deixou que lhe vendassem os olhos, pois não temia a morte. “Eu os perdoo, irmãos! Viva Cristo Rei!”, foram suas últimas palavras.
     Em 28 de outubro de 2007, 498 mártires foram beatificados na Praça de São Pedro pelo Cardeal José Saraiva Martins; o Cardeal lembrou que Teresa Cejudo era cooperadora salesiana em Pozoblanco (Córdoba), e que sua filha tinha 10 anos quando ela foi fuzilada.
     Presente na canonização, uma neta sua relatou o que lhe contava sua mãe sobre a avó: a Beata Teresa Cejudo “colaborava muito no colégio salesiano, em tudo o que era ajuda às crianças. Naqueles tempos tão difíceis, ajudava na distribuição de alimentos para as famílias mais pobres, ensinava aquelas crianças a ler e a escrever, pois por motivos sociais não tinham acesso a um colégio. Era um trabalho muito importante de caráter social e religioso”.
     Com relação a sua condenação à norte, a neta da mártir conta que foi tão confusa e precipitada como a da grande maioria de seus companheiros de martírio: “O que sabemos é que foi feito um julgamento e a acusavam de carregar uma arma, fizeram um julgamento popular e a fuzilaram”. “Ela permaneceu na prisão de Pozoblanco por um mês e foi morta por um pelotão de fuzilamento no cemitério com um grupo de dezoito mártires”.
     “Minha mãe sempre comentava que era muito pequena, se lembrava das visitas na prisão durante esse mês. Também dizia que não tinha a sensação de que algo tão dramático iria acontecer. Quando lhe disseram que se despedisse de sua mãe, ela pensou que ela seria transladada. De fato, disseram à minha mãe que iam levar minha avó para outro lugar. A única coisa que lhe dizia era que queria ir com ela...”
Fontes: www.santiebeati/it; ww.aciprensa.com/

segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Nossa Senhora das Dores - 15 de setembro

 

     O culto à Mater Dolorosa teve início em 1221, no Mosteiro de Schönau, na Alemanha. Em 1239, a sua veneração foi divulgada em Florença, na Itália, pela Ordem dos Servos de Maria (Ordem Servita). O Papa Bento XIII introduziu a festa na Liturgia. A festa, celebrada no dia 15 de setembro, recorda as Sete Dores da Virgem Maria:
  • A profecia de Simeão sobre Jesus (Lucas 2, 34-35): seu Imaculado Coração seria transpassado de dor;
  • A fuga da Sagrada Família para o Egito (Mateus 2, 13-21);
  • O desaparecimento do Menino Jesus durante três dias (Lucas 2, 41-51);
  • O encontro de Maria e Jesus a caminho do Calvário (Lucas 23, 27-31);
  • Maria vendo o sofrimento e morte de Jesus na Cruz, Stabat Mater (João 19, 25-27);
  • Maria recebe o corpo do filho tirado da Cruz (Mateus 27, 55-61);
  • Maria vê o corpo do filho ser depositado no Santo Sepulcro (Lucas 23, 55-56
     Nossa Senhora das Dores é venerada em várias cidades do Brasil, nos Estados de Minas Gerais, Bahia, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Piauí, Paraná, Goiás, Santa Catarina, Rio Grande do Sul.
     Ela também é venerada em vários países: Estados Unidos, Malta, Espanha.
     Nossa Senhora, pelas dores oferecidas, participou ativamente da Redenção de Cristo. Desta forma, Ela nos aponta para uma vida em que o sofrimento é a oblação de si para a conversão dos pecadores, pela conversão do mundo, como Ela pediu em Fátima, em 1917. 
Um exemplo de devoção a Na. Sra. das Dores no Brasil:
História interlaçada com a história da cidade
     Em 1752, Portugueses vindos dos Açores estabeleceram-se à beira do Guaíba e formaram o primeiro núcleo da futura cidade de Porto Alegre, próximo de onde, mais tarde, construiriam a Igreja Nossa Senhora das Dores. Membros da irmandade devota a Nossa Senhora das Dores rezavam missas na Igreja Matriz, atual Catedral Metropolitana, até 1807, quando resolveram construir o seu próprio templo, lançando a pedra fundamental em um terreno entre as ruas do Cotovelo e da Praia, às margens do Guaíba. No início, esmolas eram levantadas pela comunidade local para construir e decorar a igreja.
     Em 1813, inaugurada a Capela-Mor, foi realizado o translado da imagem de Nossa Senhora das Dores; a partir de então, as energias e esmolas se voltaram para a construção do interior da igreja.
     No período inicial da construção, um negro forro conhecido como preto José, era o responsável pelas medidas da obra, levando a crer que escravos participaram da construção da igreja, embora em minoria se comparados aos operários contratados.
     Porto Alegre, capital da província que foi palco de inúmeros conflitos, passou por períodos nos quais careceu de verbas para investir na cidade, quando nem mesmo para esmola havia dinheiro circulando. A Igreja das Dores, mesmo com as obras paralisadas, permaneceu com suas portas abertas.
     Em 1857, com a cidade entrando em um novo período de crescimento, foi retomada a construção da Igreja, com espaço para um hospital, que atenderia os membros necessitados da Ordem. Provavelmente por falta de verbas, esse espaço nunca foi utilizado. O governo da Província chegou a solicitar à Irmandade, em 1865, que os enfermos da guerra contra o Paraguai fossem tratados ali, porém não foram encontradas notícias sobre o uso do espaço do hospital pelos soldados feridos.
     Na década de 1860, foi colocado o madeiramento do telhado e a abóbada da nave sob a coordenação do Mestre João Couto e Silva. Em 1866, após a pintura do teto, realizada pelo artista Germano Traub, o corpo da igreja foi inaugurado. Nos anos seguintes, foi construída a escadaria para a Rua da Praia.
     No início do século XX, Porto Alegre contava com arquitetos e engenheiros de origem germânica,  e o ecletismo em voga na Alemanha foi apresentado e aprovado pela Irmandade para o projeto da igreja, sob a responsabilidade do arquiteto Júlio Weise. A construção seguiu até 1903 quando a igreja foi finalmente inaugurada, apresentando corpo em estilo colonial português com fachada eclética: frontispício e altas torres, ornamentados com esculturas em gesso.
     Em 1938, a pedido da comunidade, A Igreja Nossa Senhora das Dores foi tombada pelo IPHAN  Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional por seu valor artístico e arquitetônico, na categoria de Sítio Histórico Urbano Nacional.
 
 
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2015

Santa Sperandia, Religiosa - 11 de setembro

    
     A vida de Santa Sperandia deve ser incluída no movimento do beguinismo feminino, que no século XIII foi generalizada na Itália central. O movimento era formado por mulheres piedosas e religiosas que se mantinham no mundo, dedicavam suas vidas aos atos de piedade e caridade cristã, a peregrinação de um lugar para outro, até que elas se uniram sob a liderança das principais Ordens Monásticas. Por isso, Santa Sperandia só no final de sua vida retirou-se no mosteiro beneditino de Cingoli, Itália.
     A vida de Santa Sperandia é narrada em numerosas fontes literárias dos séculos XVII e XVIII, que se serviram de um manuscrito anônimo do século XI, a Vita latina. Este manuscrito é dividido em duas partes: na 1ª a vida da santa é descrita, com o testemunho de numerosas visões, milagres, penitências e peregrinações; a 2ª contém doze atos notariais relativos aos milagres referidos a Santa Sperandia quase depois de sua morte, precisamente nos anos 1277-1278.
      Sperandia nasceu em Gubbio, Umbria, presumivelmente em torno de 1216 e morreu em 11 de setembro de 1276. Ela viveu num tempo e numa região em que o ideal de pobreza evangélica proposta por São Francisco atraiu um grande número de seguidores.
     Na idade de nove anos, Jesus apareceu a Sperandia e revelou que ela devia se despojar de suas roupas e fazer penitência. O despojar de suas roupas indicava o desapego dos bens materiais por uma escolha total dos bens espirituais. A Santa se vestiu com uma pele de porco, pôs um cinto de ferro sobre os quadris, afastou-se da família para seguir o chamado do Senhor.
    Toda a vida de Santa Sperandia foi permeada por um desejo profundo de oração e pela meditação da Paixão de Cristo. Esta meditação foi muitas vezes um prenúncio de extase e visões alegóricas, especialmente na sexta-feira. A oração também era acompanhada por uma dura vida de penitência, feita de abstinência e longos jejuns quaresmais. A última Quaresma de sua vida ela passou no território de Cingoli, na Gruta de Citona, lugar hoje chamado de "Grutas de Santa Sperandia".
     Sperandia passou os quarenta dias da Quaresma de São Martino no frio, sem túnica, com a cabeça descoberta e os pés descalços, em uma cabana de esteiras. Para uma alma tão eleita, o Senhor não negou o carisma de milagres que atraiu para Santa, durante toda sua vida e depois da morte, uma multidão de devotos. Com o sinal da cruz a Santa operava maravilhas, com predileção especial para as crianças doentes, mulheres estéreis e prisioneiros.
     Outra característica da sua vocação era a caridade para com os pobres, aos quais dirigia palavras fervorosas de fé e esperança, como o seguinte: "O Senhor proverá", "Confia no Senhor", etc.
     A Santa também era chamada para resolver divergências entre cidades ou até mesmo dentro de uma mesma cidade entre as diferentes facções dos guelfos e gibelinos. Sperandia também foi uma santa itinerante do início de sua vocação até os últimos dias de sua vida. Ela, como muitos santos e religiosos da Idade Média, que pretendiam imitar a Cristo viajando pelas regiões da Palestina, e que disse: "as aves do céu têm seus ninhos, raposas suas tocas, mas o Filho do homem não tem onde repousar a cabeça". Essa imitação também queria testemunhar sensivelmente para os fiéis o desprendimento radical dos bens terrenos.
     A vida peregrinante permitia a Santa Sperandia, e a outros como ela, transitar em muitas cidades e vilas, e edificar os cristãos com a palavra, com o exemplo e com os prodígios. Santa Sperandia visitou Roma, Spoleto, Gubbio, Recanati, Fossato di Vico, Fabriano, Cagli, e a tradição também a quer peregrina na Terra Santa. Depois de longas peregrinações a Santa estabeleceu a sua residência em Cingoli, vestindo o hábito de São Bento no Mosteiro de São Miguel. Devido à sua santidade e autoridade, ela foi eleita para o cargo de abadessa.
     A tradição transmite até mesmo o famoso milagre das cerejas. Em janeiro, a Santa tinha chamado alguns construtores para a restauração e ampliação do mosteiro. Ela preparou-lhes algo para comer e depois do jantar ela perguntou-lhes se eles precisavam de algo mais. Os pedreiros responderam ironicamente que teriam gostado de cerejas frescas, coisa impossível naquela estação do ano. A Santa, após recorrer à oração, viu um anjo aparecer para entregar-lhe uma tigela de cerejas. Santa Sperandia levou-as para os pedreiros que, surpreendidos pelo prodígio, atiraram-se a seus pés pedindo perdão pela zombaria irreverente.
     Santa Sperandia morreu em 11 de setembro de 1276. Seu túmulo logo se tornou um local de peregrinação, de graças e milagres. Seu corpo incorrupto é exposto à veneração dos fiéis no mosteiro beneditino de Santa Sperandia em Cingoli.
 
Etimologia: Sperandia = espera em Deus. Quanto ao nome de família Sperandio, sua origem reside no nome pessoal Sperandio, composto dos elementos “spera in dio” que, literalmente, significa “Espera em Deus”. Este nome pessoal, que representa a fé cristã, foi documentado primeiramente em inícios da Idade Média na forma latinizada Sperandeus.
Local onde Sta. Sperandia viveu por anos, visitado atualmente por peregrinos
 

terça-feira, 8 de setembro de 2015

Natividade de Nossa Senhora — data que nos enche de alegria

 

     O dia da Natividade de Maria Santíssima consiste para a humanidade em imenso gáudio, prenúncio do nascimento do nosso Redentor.
     Ninguém esquece, e com toda razão, o aniversário de sua própria mãe. Porém, infelizmente, há católicos que esquecem o dia natalício da Santíssima Mãe de todas as mães, Mãe de Deus e nossa também.
     A festa do nascimento de Nossa Senhora é comemorada a 8 de setembro.
     A fim de fixarmos bem essa magna data, e não nos esquecermos de a celebrar condignamente todos os anos, apresentamos a seguir admirável comentário de Plinio Corrêa de Oliveira, proferido durante conferência comemorativa desse augusto aniversário, em 1965.
     Como Nossa Senhora é a Mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo, tudo quanto se pode dizer do Natal, guardadas as devidas proporções, pode-se dizer da Natividade de Nossa Senhora. Assim, a Natividade da Santíssima Virgem também deve ser ocasião para nós de todas as alegrias, todas as impressões, todas as graças da noite de Natal.
     A salvação veio ao mundo com o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo. Mas, de algum modo, esta afirmação é também verdadeira em relação à Natividade da Mãe do Salvador. Porque, se é verdade que o único Salvador é Nosso Senhor Jesus Cristo, Nossa Senhora, com sua oração onipotente, pediu e apressou a vinda do Messias que já estava prometida. Pode-se dizer portanto que, de certo modo, com Ela veio a salvação.
     O Natal representou uma honra incomparável para a humanidade, porque o Verbo Encarnado veio ao mundo na noite de Natal. Mas é também verdade que — repito, guardadas as devidas proporções — representou uma honra enorme para a humanidade o nascimento de Nossa Senhora. A criatura mais perfeita nascida em todos os séculos; uma criatura concebida sem pecado original, trazendo em si uma plenitude de graças para todo o mundo. Compreendemos assim como a Natividade da Virgem é parecida com a noite de Natal. 

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Santa Regina de Alise, Virgem e mártir - 7 de setembro

    
     No ano de 252, uma jovem gaulesa de dezesseis anos chamada Regina (em francês Reine), convertida ao cristianismo, apascentava suas ovelhas aos pés do Monte Auxois, local atualmente chamado Alise. Sua mãe morrera durante o parto e seu pai era pagão.
     O governador romano da Gália, Olibrius (ou Olimbrius), tentou seduzi-la, mas ela resistiu e recusou inclusive o casamento para não abjurar sua fé.
     Ela foi martirizada e decapitada. A partir do século seguinte um culto se desenvolveu. Seu corpo foi transferido para fora da cidade de Alise, num local onde foi construída uma basílica sobre o seu túmulo.
     Entre os milagres obtidos por sua intercessão, está a cura de uma criança de nome Heriboldo, que sofria com uma forte febre; também há a cura de um homem de Réome obtida por meio da aplicação de um pedaço de madeira da maca da santa, bem como a cura de um frade e de um cego.
     O culto desta santa pode ser comprovado com a descoberta em 1909 do “serviço eucarístico” de Alise. A descoberta constituía de um conjunto que continha uma patena e três cálices que foram utilizados para a celebração da eucaristia. A patena contém uma gravura de um peixe (o ichtus) e o nome de “Regina”. O conjunto datado do século IV não deixa dúvidas quanto a existência da jovem mártir.
     A cidade Alise-Sainte-Reine, que cresceu aos pés do Monte Auxois, a escolheu como patrona e a cada ano os habitantes organizam a representação de um ‘mistério’ em sua honra e memória. Esta tradição é confirmada a partir do ano 866 e perdura ainda hoje. Este é o ‘mistério’ mais antigo celebrado sem interrupção na França. Em 1271 procedeu-se a confecção de um novo busto relicário de prata com as armas da França, de Castela e da antiga Borgonha.
     A Confraria de Santa Regina, datada de 1544, foi criada pelos religiosos de Flavigny e em 1644, com a reforma dos beneditinos de Saint-Maur, a peregrinação teve um revigoramento e em 1659 os membros da Confraria foram dotados por Mons. Luís Doni d’Attichy, Bispo de Autun, de 40 dias de indulgencias. No século XVI os monges colocavam a corrente de Santa Regina ao redor do pescoço dos peregrinos. Hoje a corrente é conservada na igreja paroquial de Flavigny-sur-Ozerain e exposta à veneração dos peregrinos no dia da festa da Santa, dia 7 de setembro.
     Suas relíquias são conservadas na Abadia de Flavigny-sur-Ozerain desde meados do século IX. O contato com o sarcófago da santa é atestado no século IX. A cripta foi arranjada para receber o corpo da santa. No século XVII, as relíquias da santa foram colocadas em um armário atrás do altar-mor e são expostas no dia de sua festa.
     Em 1648 os monges de Flavigny tomaram conhecimento de outro corpo que diziam ser de Santa Regina e que havia sido doado por Carlos Magno a Osnabrück, na Vestefália; os monges mandaram vir uma relíquia deste corpo, o que desencadeou um conflito entre os Cordeliers de Alise e aos beneditinos de Flavigny sobre a autenticidade desta relíquia.
     Além de Flavigy-sur-Ozetain e Alise-Sainte-Reine há outros locais onde Santa Regina é venerada:
            - Voisine, Yonne, uma capela datando de 1827 construída por dois habitantes após um voto feito na peregrinação a Alise-Sainte-Reine
            - Drensteinfurt, Alemanha
            - Osnabrück, Vestefália

quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Santa Basilissa de Nicomédia, Virgem e mártir - 3 de setembro

Martirológio Romano: Em Nicomédia, na Bitínia, moderna Turquia, Santa Basilissa, virgem e mártir.
     Com poucas palavras o Martirológio Romano cita hoje a virgem e mártir Santa Basilissa de Nicomédia, morta na Bitínia no início do século IV.
     O Sinassário de Constantinopla menciona o martírio de Basilissa, na Nicomédia, a 3 de setembro, durante a perseguição de Diocleciano. A Passio grega, escrita por Nicéforo Gregoras, é um documento de carater oratório com detalhes biográficos que portanto não merecem muita consideração. No entanto, há provas de que a veneração pela Santa era ainda muito viva no sec. XIV em Constantinopla, especialmente no Mosteiro de Blacherne. A Santa era particularmente invocada pelas jovens mães que não conseguiam amamentar seus filhos.
     O Sinassário Alexandrino de Miguel, Bispo de Atrib e Malig, também indica a memória de Basilissa a 3 de setembro. Ele acredita que a mártir tinha apenas nove anos quando, por se recusar a renunciar à sua fé, foi submetida a torturas terríveis depois das quais morreu. A tradução do Sinassário Alexandrino tem conservado a mesma notícia em 6 maskaram. Barônio introduziu no Martirológio Romano a celebração de Basilissa a 3 de setembro.
 
Etimologia: Basilissa, do grego, “rainha”.

terça-feira, 1 de setembro de 2015

Santa Colomba, Eremita - 1 de setembro

    
 
     Percorrendo o elenco dos santos medievais na hagiografia, impressiona o número de famílias inteiras cujos membros são considerados santos, especialmente os nobres e os governantes; o fenômeno é mais evidente nos países anglo-saxões, mas também na Itália houve muitos casos.
     Um dos casos mais famosos é o da família dos condes de Pagliara, próximo de Castelli, na província de Teramo. Eram desta família São Berardo, bispo de Teramo e padroeiro da cidade, sua irmã é Santa Colomba e seus irmãos os santos Nicolau e Egídio.
     Os Pagliara tinham o título de conde, talvez herdado dos antigos condes Marsi e eram os senhores do Vale Siliciano, que abrangia um vasto território no Grand Sasso, Itália.
     Berardo, já monge beneditino e sacerdote em Montecassino, se retirou no famoso Mosteiro de São João em Venere, Abruzzo, e dali foi chamado para a sede episcopal de Teramo.
     De seus irmãos, Nicolau e Egídio, só se sabe que eles são mencionados em uma breve citação, juntamente com Santa Colomba, por estudiosos hagiográficos, como os Bollandistas, constituídos pelo jesuíta belga Jean Bolland (1596-1665) para compilar o 'Acta Sanctorum'.
     Na mesma citação, no dia 1º de setembro, Santa Colomba é lembrada como jovem condessa de Pagliara que nasceu em 1100; retirou-se jovem para viver como ermitã nas encostas do Monte Infornace (Grand Sasso).
     A caverna onde ela viveu e morreu está localizada a meio caminho de um penhasco, no qual está esculpido um sinal dizendo "pente de Santa Colomba", em memória do uso pela jovem de um pente para manter seus longos cabelos; nas proximidades existe a impressão de uma mão na rocha, que recorda o fato da Santa ter se apoiado ali ao escalar a montanha íngreme.
     Os dois "sinais" estão ligados ao culto das pedras, ainda florescente em Abruzzo, incluindo a presença de um buraco milagroso, existente sob o altar da igreja dedicada a Santa Colomba, construída pelo Bispo Berardo, seu irmão, após sua morte ocorrida no inverno de 1116, então tinha apenas 16 anos; os devotos acreditam que ao introduzir a cabeça no buraco podem ser curados de algumas doenças.
     A capela foi abençoada em 1216 por Santo Atanásio, bispo de Penne. No dia 1º de setembro comemora-se a sua festa.
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     A Ermida de Santa Colomba está situada a 1250 metros acima do nível do mar, no sopé do Monte Infornace. Tem acesso por Pretara através de um bom caminho. Segundo a tradição, neste lugar, no século XII, Santa Colomba, filha dos condes de Pagliara e irmã de São Berardo, abandonando o conforto do castelo, se retirou em oração e penitência.
     Entre as legendas que cercam a vida da santa, as mais comuns são as que falam da impressão de sua mão em uma rocha, que pode ser encontrada no caminho até o eremitério e o do chamado "pente de Santa Colomba" que, para alguns, seria uma série de incisões paralelas (como os dentes de um pente) sobre uma rocha plana na vizinhança da Ermida.
     Santa Colomba morreu, amorosamente assistida por seu irmão, o futuro bispo de Teramo. Em 1595 seus restos mortais foram transferidos para a Igreja de Santa Lúcia e só em 1955 a imagem de Santa Colomba, e os seus restos sagrados, foram transferidos para a capela de Pretara.
     A igreja foi restaurada recentemente. No seu interior, está colocada a imagem de Santa Colomba e ao lado é visível a abertura que já abrigou as relíquias da santa.
     Em uma placa afixada fora, acima da porta da frente, lemos o seguinte: "À pomba sagrada, Condessa de Pagliara e irmã de S. Berardo Bispo de Teramo, do povo de Pretara, na memória do centenário da descoberta dos restos mortais da Santa, rainha de nossas montanhas. Pretara Setembro de 1992. H. MT.1234".
Ermida de Santa Colomba